sexta-feira, 29 de julho de 2011

TRILHAS , TRILHOS , ROCK,HISTÓRIA E(É)CULTURA.


O CAMINHO DO ANDARILHO NA FRONTEIRA. Em 17 de Julho, data que antecede o aniversário de emancipação de Ponta Porã-Ms,  eu já tinha caminhado 4 kilometros em uma espécie de reconhecimento do caminho.Muitas pessoas tinham dito que já não existia trilhos mais e que no local havia somente mato e o perigo de assalto.  No dia  24 do corrente decidi ir até o objetivo que já tinha traçado no mapa, que era caminhar através da via férrea até o Assentamento Dorcelina folador e de lá voltar de "buzão". Vejam o mapa do wikiloc no final do artigo.
UM POUCO DE HISTÓRIA
O Ramal de Ponta Porã-MS , inicia-se na estação de Indubrasil, município de Campo Grande. Primeiramente foi inaugurado o trecho até Maracaju em 1944 , depois até Itaum no município de Dourados em 1949  e finalmente até Ponta Porã em 1953 com a presença do então presidente Getúlio Vargas. O ramal de Ponta Porã pertenceu originariamente a NOB(Estrada de Ferro Noroeste do Brasil), até 1917 quando passou para o controle da União e em 1957 foi incorporada pela Rede Ferroviária Federal. A desestatização ocorreu em 1990 e hoje , a chamada malha oeste pertence a América Latina Logistica.  No ramal de Ponta Porã não há mais tráfego de composições seja cargueira , muito menos de passageiro. O único trem que vi é uma sucata abandonada no meio do mato próximo a estação de reciclagem de lixo.
A CAMINHADA 
A andança de 21 km das, 06h30, desde a rodoviária de Pedro Juan Caballero-PY até às 11h00(chegada no Assentamento) , horário de de Mato Grosso do Sul.  No inicio um céu azul e uma temperatura de 16 cº  , ás 09h30 uma neblina  e a temperatura caiu para 08 cº, ainda bem que eu tinha levado um abrigo. A via férrea é paralela com a rodovia MS164 , chegam quase a se encontrar no km 4 , depois da Instituição Evangélica que trabalha na recuperação de viciados em crack, mais precisamente na curva a rodovia e a  ferrovia quase se encontram.



O INICIO. Da rodoviária prossegui pela "calle" Alberdi até sair na linha internacional. Atravessei a Av. Marechal Floriano e adentrei na Joaquim Pereira Teixeira , onde se localiza uma Academia de ginástica.  Da academia virei a esquerda e prossegui pela Gal Osório, até a antiga estação ferroviária , onde agora funciona a Fundação de Cultura do municipio. Tirei algumas fotos e adentrei a direita do prédio da fundação onde começa o trilho. Atravessam o trilho algumas rua dos bairros do norte da cidade(Vila Aurea, Jd das Flores, São Vicente e Santa Ana )

 Depois de passar por bairros, somente se vê silos , armazens e antigos depósitos  que desde 1990 transportam seus  produtos via rodovia. Depois da vila das flores algumas crianças pobres  saíram de seus barracos para observar...o andarilho! Passei pelo CTG(Centro de Tradições Gaúcha) e depois disso só lavoura , trilhos e matas. Durante duas horas de caminhada não avistei nenhum ser humano até depois do haras. Mais 40 minutos e avistei a entrada, o ponto de ônibus do Assentamento e um senhor que tinha acabado de descer do ônibus. Perguntei-lhe: - Que horas passa o ônibus para Ponta Porã? Respondeu: - Se o senhor tive sorte só às uma e meia é que vem um do Assentamento Itamarati.Ele me explicou que no sábado os ônibus chegam  a demorar até quatro horas para passar pelo local. Sorte que meio dia uma bondosa senhora deu carona para o andarilho e um casal de jovens que moram no assentamento e que fazem curso de informática na cidade.


Fundação de Cultura(prédio antiga ferroviária)
O PROJETO SOM DA FRONTEIRA
O projeto som da fronteira foi idealizado pelo *Eder Rubens e aprovado pela Secretaria de Cultura do Estado. Cada segundo domingo de cada mês são feitas apresentações teatrais com atores locais e projetos musicais , sendo o que eu achei interessante é que um grupo tira sons de instrumentos feito de material reciclado. Todas as apresentações são encerradas com apresentações de duas bandas de rock do Brasil e do Paraguai.

* Diretor de cultura do municipio

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