Sou uma pessoa do campo , um caipira , um verdadeiro homem do sertão, tanto que , talvez , seja por isso que gosto de caminhar pelos sertões, curtir a natureza através do esporte de caminhada (trekking). O que eu não consigo entender é como pessoas(como por exemplo alguns participantes de duplas e muitos outros ) que nunca moraram no campo , nunca pegaram no cabo da enxada , nunca plantaram uma semente de milho, nunca tocaram gado, dizerem que são sertanejo. O fato de você ir prá fazenda uma vez por semana,ou ir e vir da lavoura prá cidade, ou plantar soja ou vender adubos e pesticidas não significa que você é sertanejo; o fato do seu pai ter labutado no campo e você ter sido criado na cidade , não significa que você é sertanejo; o fato de você se trajar como um cowboy, muito menos! E quando a moda passar o que você vai fazer? Mesmo quando não era moda ser sertanejo eu não negava a minha origem de sertanejo e caipira. Então, vejamos como o dicionário Michaelis define o sertanejo: 1- Relativo ao sertão. 2 - Próprio do sertão. 3 Que vive no sertão. 4. Rude, caipira. 5. S.M. Homem Sertanejo.
Sitio na localidade de Àgua Santa-MG
Um exemplo de sertanejo que posso citar, é alguns muitos assentados que conheci, que sempre moraram, trabalharam e estão criando os filhos no campo.
Na realidade ser caipira ,ser sertanejo, é um estado de espirito, e todo o produto artístico sai da alma e a música cantada é mais sobre as coisas do campo do que dor de cotovelo.
Pensamento: Sertanejo e caipira podem até ser analfabetos , devido a poucas oportunidades ,escolas rurais, "décadas e décadas"de pouco investimento do estado na educação e o trabalho duro na agricultura de subsistência.Mais brega, nóis nao é não! E também não somos sinônimos de alcoólatra ou frequentador de cabaré, conforme sugere um trecho da música abaixo.
Sertanejo Universitário(!?)
"Mas pega fogo, cabaré
Hoje eu não arrédo o pé
Pode vir que eu estou no ponto
Só filé...só filé
Se a mulherada é de primeira,
Fico até segunda feira
Bebo até ficar tonto"
Isso não é sertanejo. Meu irmão Marcelo - blog Planeta Laranja - até sugeriu um nome: URBANEJO. Esses caras se preocupam mais em noitadas de boates, carrões utilitários importados, tipo Hummer, e apenas copiam descaradamente o country já pasteurizado dos EUA dos últimos anos. E ainda usam nomes artísticos que afrontam com os grandes mestres da MPB autêntica, vide o caso João Bosco & Vinícius.
ResponderExcluirEsses ídolos urbanejos contam com fãs arrogantes e agressivos, que não aceitam críticas aos seus ídolos, e houve até um incidente com o humorista Bruno Mazzeo.
Esse rótulo "universitário" não significa coisa alguma, é só um rótulo mercadológico para empurrar esse tipo de música para um público jovem, urbano e de classe média. Mas, no fundo, é o mesmo velho brega de Waldick/Odair agora travestido de country moderno.
Se o termo sertanejo universitário fosse realmente levado a sério, ele se referiria não a essas duplas e cantores ridículos, mas a gente respeitável como Sá, Rodrix & Guarabyra, Renato Teixeira (apesar da condescendência deste aos breganejos), Hermes Aquino, Xangai e Elomar.
ResponderExcluirConcordo com tudo que você disse. Cantores 100% urbanos, cuja única referência de ruralidade são os filmes de caubói americanos (que já distorcem a vida rural dos EUA), serem considerados como a "autêntica música caipira" no Brasil é um desrespeito ao homem do campo, que corre os risco de ficar sem trilha sonora própria, já que nem os veteranos do Chitãozinho e Xororó (que confundem caipiras com mariachis paraguaios) representam a boa música rural.
ResponderExcluirIsso dói no coração, pois a autêntica música rural, desconhecida do grande público e dos grandes meios de comunicação, é muito linda e gostosa de se ouvir.